sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Manhã

Com a alma cheia de claridade quero abrir bem a boca

para entrar toda a manhã e toda vida pela boca aberta

os olhos não bastam.

Respiro com força por querer, não por precisar

Apenas quero todo o ar respirado

Que já foi também respirado por todo mundo

Gosto então de abrir os braços

Finjo ser andorinha rasgando céu

Veloz, direta!

O vôo de certos pássaros é sem nenhuma dúvida de rumo.

Mas hoje acordei fechada

Os olhos escureceram desde a noite

E não querem romper a luz

A garganta em nó

O ar que entra pelo nariz tem cheiro de cimento

Amanheci canteiro de obras

Eu peso.

Um comentário:

CHRISTINA MONTENEGRO disse...

CADA VEZ MELHOR!!!...
Clap! Clap! Clap!...
BJS!