sábado, 8 de agosto de 2009

Meu Pai



Meu pai usava terno e lenço perfumado no bolso.Lavanda Atkinsons.
Fumava Minister com um charme irresistível. No último Dia dos Pais em que ele esteve entre nós, eu fui levar uma caixa de bombom e ele estava no meio da ladeira me esperando. Mina mãe me disse que ele estava lá porque eu ia chegar. Assim mesmo, me esperando.
Graças a Deus nós conseguimos esse amor sintônico, ainda que tão perto da hora de ele partir.
Consegui ficar com um pai que era cheiroso, que me ensinou a gostar de Mozart, que nos amou e sustentou, que nos aceitou e esperou nosso tempo. Um pai que não era comum, que era mal falado, que cozinhava e lavava suas próprias meias e cuecas.
Meu pai, Izeu, está crescendo em espírito e seu amor está crescendo dentro de mim.

3 comentários:

CHRISTINA MONTENEGRO disse...

O Tomás é a cara dele!...
O dia dos pais inspirou (alguns poucos dias depois) muitas blogueirAs...
Well, eu praticamente SÓ escrevo sobre isso, afinal!...
BJS!

marina disse...

Olá, Teca!!
texto lindo e sensível que escreveste!! me fez lembrar do meu pai, do meu avô.
Sou Marina Sardinha, do blog na "Brasa" e "Ecologia Meio Ambiente e literatura", vi que está acompanhando nosso blog, que legal!
abss
marina

Eliane disse...

Lindo e Singelo...
Meu pai não tinha cheiro de lavanda (que eu adoro)...meu pai não cheirava bem, porém me levava para pescar e jogava ping-pong na sala de jantar comigo e meu irmão. Meu pai era mais filho do que pai...mas me ensinou a dirigir quando eu tinha 13 anos..