domingo, 14 de fevereiro de 2010

Esse ano não vai ser igual


Resisti muito. Odiei carnaval durante toda a minha vida. Houve uma trégua quando aqui no Rio a festa de Momo estava reduzida aos desfiles das escolas e a Zona Sul era um deserto, pois todos viajavam. Ia-se ao cinema, andava-se por aí e até as praias eram tranqüilas, pois o pessoal se concentrava perto do Sambódromo.
Hoje há blocos por toda cidade e gente que sempre ia pra fora está ficando por aqui.
Ontem, sábado de carnaval, ainda no meu estado habitual de mau-humorada crônica, combinei com umas amigas um encontro no Shopping da Gávea à tarde. Saí de casa já um pouco preparada para enfrentar um certo congestionamento, mas nunca imaginando o que de fato havia nas ruas.
Os blocos em si eu não vi. Mas pessoas! Muitas pessoas fantasiadas, com perucas coloridas, faces coradas, meninas e rapazes com aquela animação contagiante do carioca. Turistas embevecidos, mulheres mais velhas, idosos, homens, crianças, bebês...
Eu estava num ônibus e o trajeto longo e lento operou um milagre no meu estado de espírito. No fone de ouvido tocava Diana Krall e lá fora parecia um filme, acho que até estava tudo em câmara lenta, sabe como é? O bom dos tocadores de MP3 é que a vida com trilha sonora é muito mais agradável. Fecha parêntese.
Os foliões eram como aqueles confetes e serpentinas que se espalham ao redor do salão. Por todos os lados havia gente fantasiada e eu besta e completamente rendida. Entrei no shopping, onde muitas pessoas passeavam com suas fantasias, sentei num restaurante e fiquei pensando em sair para voltar para a rua. A coisa é realmente inexplicável. O carnaval de rua ganhou o meu coração para sempre.
Na saída comprei umas anteninhas e coloquei na cabeça. Voltei para casa assim e me senti integradíssima ao movimento. É certo que não entrei em nenhum bloco, mesmo porque não havia mais nenhum. Mas daqui pra frente, mesmo não sambando no meio da massa, olharei o carnaval com outros olhos. A visão melhora muito quando se olha com mais flexibilidade.
Créditos de imagem: "Carnaval de Rua" - Militão dos Santos

3 comentários:

Anônimo disse...

teca,carnaval faz o coração vibrar e quando o coração vibra,tudo vibra também....corpo,mente...
Ainda está em tempo,amanhã tem bloco na cobal,vai lá é no seu quintal!"esse ano não vai ser igual e nem a sua vida!!!" Vc de anteninha verde estava muito linda,eu vi pessoalmente!

fatima cravo disse...

ei teca,anônimo nada...é que eu não soube colocar o nome mesmo,selecionei errado sei lá...sou eu,eterna cunhada,sua vizinha...

Unknown disse...

Um bloco bacana é o Maracangalha, na cobal. Bem familiar. Mas não espalha pra ninguém não, que pode encher. rs

Beijo grande!