domingo, 26 de setembro de 2010

Rumo

Eu sozinha pela rua quase deserta
É domingo de chuva fina
E eu sozinha
A mãe apanha a filha, numa festa
As moças voltam do cinema
O casal caminha apressado
E eu sozinha pela rua
Sem saber se atravesso
Sem saber se amo João
Ou se amo Madalena
Sem saber se espero ou corro
Nada do que eu faça me ampara nem me ancora
Nada do que eu pense transforma o caminho
Por onde eu sigo, sozinha
Lá em casa ninguém me espera
Mas eu me apresso mesmo assim
Quem sabe nesse meio tempo ele chegou, ou ela
Ou chegaram todos os que eu não espero
Quem sabe fizeram uma festa e se inquietam pela minha demora
Mas o mar, a lua, um banco de praça
Era sentar e me deixar estar
Sozinha

Os passos me guiam no caminho correto
E abro a porta habitual
Sozinha na minha sala, no quarto, na cozinha

Domingo à noite, com chuva

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